quarta-feira, 25 de maio de 2011

Soneto de uma Morte


"Ele olhava o espelho que chorava
e o que havia em si só era ausencia:
estava morto-era por quem chorava.
O espelho com o seu rosto, pura ardencia
de ausencia... ausencia que chorava.
O espelho espalhado pela morte
(o vento do jardim ainda soprava
as palavras que ouvira: a sua morte).
Um outubro envolado a quinze anos viu essa morte,
o pranto em duplo rosto.
Que no morto ainda está, intimo rosto
de inacerscivel morte, imune aos anos.
Que passará, só quando ele passar.
O que é o resto que jamais passar."

***

Autor Desconhecido

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pessoas que pensam em silêncio